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quinta-feira, 7 de julho de 2011

FACEBOOK

Falar sobre algo que já está sedimentado como mais um dos fenômenos da internet é difícil. Ainda mais num blog, em que normalmente a maioria dos leitores possui alguma intimidade com ferramentas eletrônicas. Mas o Facebook (FB) é algo de tão impressionante força que é quase impossível resistir a comentá-lo. Para tanto o farei de uma posição intimista, colocando minhas experiências pessoais para com ele.

Curtir

Como um grande contingente, iniciei minha entrada nas chamadas “redes sociais” via Orkut. Porém com o advento do Facebook esta se demonstrou obsoleta em termos de ferramentas. Mas sou um sujeito conservador, e demorei um pouco para iniciar o meu trânsito com o novo instrumento. Somente após muitos convites resolvi entrar, e logo passei a dar prioridade a sua atualização em detrimento da antiga rede da qual era usuário.

Hoje em dia utilizo o Orkut apenas para o envio das chamadas para o blog, semanalmente. Nem mesmo faço mais a conferência e congratulações por datas comemorativas, as quais são recebidas por intermédio de notificações via e-mail diretas do Facebook, me facilitando assim tal tarefa. Aliás, acredito que se existe alguma vantagem midiática do FB sobre o Orkut é exatamente esta: sua objetividade na interação com o usuário, gerando respostas muito mais rapidamente. Desta forma a fidelização se consolida, e o internauta fica com aquele gosto de “quero mais” com maior voracidade e rapidez.

Qualquer semelhança com o processo psicológico gerado por drogas químicas não é mera coincidência, pois tanto estas como aquele são geradores de prazeres imediatistas. Cabe ao usuário, no caso do FB, saber como dosar para que tal vício não se torne algo pernicioso e estressante em sua vida. Eu próprio lido com isto fazendo uma consulta por dia, me concentrando mais nas reações geradas aos meus posts ou aos de amigos diretos, evitando ver e rever a página como um todo. Assim podemos efetivamente curtir esta nova coqueluche da internet.

Comentar

Com a multiplicação de usuários e o desenvolvimento de links diretos nas principais páginas de notícias da web, lançar comentários sobre temas de interesse se tornou muito mais fácil. É fato que no meu caso específico pouco utilizei tal função quando era usuário somente do Orkut, o que poderia me levar a uma leviandade em termos de comparação. Posso falar, apenas, que o seu uso no FB é muito fácil, no qual temos inclusive a possibilidade de decidir qual imagem seria associada aquele tema dentre as disponibilizada pelo próprio site de origem.

Além disso, o fato de sermos notificados por e-mail das reações aos nossos comentários propicia a possibilidade de uma interatividade contínua com aqueles selecionados em sua rede, mais uma vez gerando aquela dinâmica de satisfação permanente. Afinal de contas, o ser humano é ou não é um animal social, que gosta de se comunicar e trocar idéias? Porém, para aqueles que eram usuários do Orkut e que tinham por hábito competir para ver quem possuía mais seguidores, tal função poderia ser deveras preocupante, dado o grande volume de interatividade que poderia gerar. Mas como o próprio FB parece não estar preocupado a fomentar tal atitude, uma vez que não disponibiliza em sua página inicial o número de amigos vinculados, comentar foi mais um prazer descoberto.

Compartilhar

Compartilhar conhecimento e desejos é algo que é a mola mestra de quaisquer redes sociais eletrônicas. Por tudo que foi dito acima o FB alcança um nível de compartilhamento muito maior do que os experimentos anteriores similares – utilizo-o, por exemplo, para a divulgação dos posts do meu blog, com a possibilidade de verificação imediata de seu alcance em termos de popularidade via quantidade de compartilhamentos. O cuidado adicional é que tais redes passaram a ser mais do que uma reunião de amigos simplesmente, tornando-se até mesmo um cartão de visitas do usuário. Tem sido inclusive utilizada por empresas para verificar pensamentos e opiniões antecipadamente de eventuais candidatos a uma vaga de emprego, ou até mesmo dos empregados já efetivados. Desta forma a tendência é que caso o usuário opte por uma navegação mais restrita terá que partir para uma limitação ou definição de critérios rígidos para aqueles que entrarão na sua rede. Compartilhamento é bom, mas exposição tem limites.

A importância deste instrumento como canal de virtualização de convivência, elevando os graus de acessibilidade aos amigos que ora se encontram distantes é muito grande. A concentração de poder num único local – uma vez que há muito que informação virou sinônimo de poder – foi atrativo para Hollywood, gerando até mesmo um filme sobre sua criação, livros sobre seus efeitos, e artigos de revistas especializadas analisando seus atributos. O principal cuidado, que é comum quando do início de uso de quaisquer novidades eletrônicas, é verificar se estas estão sendo mais um canal de prazer saudável ao invés de mais um método de opressão psicológica na sociedade imediatista que vivemos. Afinal de contas, curtir, comentar e compartilhar deveria ser tão bom quanto comer, rezar e amar, como já diria Julia Roberts no papel de Elizabeth Gilbert.

Sugestões:

Leitura   – Revista Info – Ed. Abril – nº 300 - Fev/2011 - reportagem de capa: “A Invasão do Facebook”
                - “Comer, Rezar, Amar” – GILBERT, Elizabeth – Ed. Objetiva – 2008 – 399 págs.
                - “O Efeito Facebook: Os Bastidores da História da Empresa que Conecta o Mundo” – KIRKPATRICK, David T. – Ed. Intrínseca – 2011 – 392 págs.

Filmes  – “Comer, Rezar, Amar” (2010) – Elenco: Julia Roberts e Javier Bardem – Diretor: Ryan Murphy
                - “A Rede Social” (2010) – Elenco: Jesse Eisenberg e Andrew Garfield – Diretor: David Fincher

4 comentários:

  1. O FB é sem duvidas um marco na historia das redes sociais!!! Apesar da maior exposição proposta por esse meio, acredito que se utilizado de forma moderada e mantendo um bom nivel de comentarios, esse vem a ser muito um mecanismo impar para a troca de informações. Adorei a matéria e já compartilhei!!
    Abs

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  2. Por ter mudado de emprego e cidade várias vezes, e por ter deixado bons amigos por onde passei, ferramentas como o FB me ajudam a manter os contatos. O grande problema é a grande quantidade de informação inútil. Eu acho que o FB precisa de uma função #$%&?@#! para esses casos. Não me interessa saber a que horas uma pessoa vai dormir e eu não quero ver fotos do seu prato de comida, por exemplo.

    Com relação a exposição é preciso tomar cuidado (no Brasil mais por segurança física e nos EUA, por exemplo, com o roubo de identidade). É muito fácil se traçar um perfil completo de uma pessoa somente com informações do FB ou Linkedin. Esses dados podem ser utilizados, por exemplo, para se passar pela pessoa ou identificar os hábitos para um possível roubo. As empresas também estão começando a demonstrar preocupação com o quanto as pessoas falam das suas carreias no Linkedin pois ao se descreverem algumas pessoas revelam dados relevantes (as vezes até sigilosos) sobre projetos em que elas estão trabalhando.

    Outro ponto importante é conhecer a technologia, principalmente as configurações de privacidade, haja visto os comentários preconceitusoso do Ed Mota (no FB) e as fotos indecentes do Sendor Americano Anthony David Weiner (esse no twiter).

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  3. Leo,
    como vc já deve saber sou uma incrédula do FB e da maioria das redes sociais, acho q principalmente pela qtde de informação inútil q o Vitor mencionou. Tb acho q se torna uma opressão estar nas redes: td bem q isso é fenômeno social mesmo, com qq coisa, mas vc sabe: sou do contra! Fora opressão social!!rs
    Mas, é bom para manter vínculos e rever as pessoas... como tudo, tem seus prós e contras.
    Abs,Rachel.

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  4. Pode ser que o tal do Google Plus seja mais interessante porque permitirá que o sujeito divida os conhecidos em grupos. O grupo ABOBRINHAS, por exemplo, seria aquele que veria as fotos de pratos de comida e as reflexōes tolas do tipo 'dormi por 13 horas essa noite de tão exausta que estava'. As informaçōes mais elevadas seriam lidas pelo grupo INTELECTUAIS, as de maquiagem por MOCINHAS e por aí vai. Enquanto não faço parte do GP, excluo alguns grupos - e pessoas - da leitura das minhas bobagens.

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