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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ALMOÇO, TABLETS E AFINS

No best seller “Comer, Rezar, Amar”, de Elizabeth Gilbert, publicado pela Editora Objetiva em 2008, a personagem principal – a própria autora – descrevia em suas 342 páginas o ano em que passou por uma “purificação” numa viagem ao redor do mundo. Dentre esses diferentes estágios de purificação, o primeiro se dá em torno da mesa, o que justifica o verbo comer do título.

Como nem todos podem usufruir do capital necessário para uma viagem ao redor do mundo, e como também a face boa da vida pode estar ali ao seu lado, um grupo de amigos que se reúna para almoçar com certa freqüência pode também ser considerado “purificador”, digamos. Eu próprio sou participante de uma confraria que serve de deleite a todos os convivas, mesmo com os preços estando os olhos da cara para se comer no Centro do Rio, o que poderia azedar o humor de qualquer um.

Este grupo possui diferentes variações, mas o núcleo central é composto pelos colegas da área de Comunicação, uma especialista em design apaixonada por seu iPad (1), e meus companheiro(a)s militantes da área internacional. Obviamente não existem regras rígidas – pelo menos por enquanto! – para a participação, valendo mesmo é o bom humor e a simpatia despertados among all of us!

A equipe de comunicação, comandada por Lúcia & os Marcelos – bom nome para uma banda de rockabilly (2) – tem sempre ótimas tiradas sobre o nosso cotidiano. As atribulações e agruras vividas por construir pontes comunicativas internas e externas chegaram ao ponto de gerar uma assombração – a Menina do Arame Farpado – com direito a perfil no Facebook (3) e tudo o mais que se possa imaginar. Este personagem aparece para assombrar a todos aqueles que duvidam de sua existência ou que sejam “malas”. Se o cara for mala e duvidar da existência dela ao mesmo tempo, o susto é certo, chegando ao ponto de dormir em casa e acordar em Conservatória, e sem direito a Wifi! Ou seja, para se comunicar ele terá que usar o único orelhão que existe no centro daquela pequena localidade, após uma espera considerável numa fila dos moradores que têm que falar com seus conterrâneos que se encontram em outras paradas.

A especialista em design atende pelo nome de Susana, e tem como maior companheiro de jornadas diárias o seu iPad. Ele é tão querido que se transformou num objeto de desejo de um dos Marcelos, que após uma longa campanha em prol de sua aquisição – ele chegou a trabalhar como voluntário na região serrana para ver se vinha algum nas doações – alcançou o seu intento em Janeiro/2011. Porém, como pão de pobre sempre cai para baixo, em seu apartamento a conexão é meio capenga. Ele só consegue ter uma razoável acessibilidade embaixo do armário da cozinha, quando este encontra-se com a porta aberta. O número de baratas aumentou um pouquinho, mas tudo vale a pena se a alma não é pequena (e a conexão é de banda larga!).

Voltando à Susana propriamente dita, alguns debates foram entabulados em torno do iPad e sua utilidade. Eu próprio não estou muito convencido dela, mas como sou uma voz isolada no deserto, provavelmente acabarei adquirindo também um tablet, um belo dia, quando esta tecnologia já estiver ultrapassada. Mas deverá conter aplicativos Microsoft, afinal de contas eu sou um colonizado ou não sou!?

Minha resistência aos tablets se deve basicamente a dois fatores: sou muito apegado a teclados, e os modelos touchscreen não dão a mesma sensação de domínio da ferramenta. Mas aí me vejo envolto no seguinte dilema – se vou comprar um tablet com teclado, porque não adquirir logo um notebook???

E assim nossos almoços vão se repetindo, servindo para desopilarmos nossas neuras pessoais, instigando uns aos outros a buscar os mais diversos caminhos da felicidade. Estamos agora lutando para que Susana dê início ao seu blog sobre Design. O problema é que ela já queria partir tendo o status da Cora Ronái, com direito a testar os produtos sobre os quais ela escreveria. Explicamos para ela que para chegar a esse ponto ela teria que ter anos de estrada e uma superexposição que somente com o suporte da grande mídia ela alcançaria. Ao cair a ficha ela ficou um pouco desanimada, mas nós continuamos dando dicas a ela, incentivando-a via Facebook ou pessoalmente, sobre temas interessantes para os quais ela poderia escrever, tais como “Jegue ou Cavalo”, “Fusca ou Porsche”, “São Paulo ou Niterói”, “Maradona ou Pelé”, etc. O que isto tem a ver com design? Sei lá, nós não somos os especialistas. Ela é que tem que dizer! Precisamos marcar um almoço para discutir isso.

Fontes acessadas em 07/Fev/2011:

(1)     iPad = A grande novidade trazida pela tablet da Apple é a tão falada convergência das mídias. Em outras palavras, este novo produto agrega as principais funcionalidades de equipamentos já conhecidos, como notebooks, netbooks, PDA, smartphones e e-readers. Com isso, é possível ler jornal, revistas, livros, assistir a programas de TV, jogar games e navegar na internet através de um único aparelho e com total comodidade. É praticamente uma revolução na informática, tornando-a ainda mais multimídia e reinventando o modo de adquirirmos e utilizarmos conteúdo digital.
Comentário pessoal: mas ele não funciona como celular! Quando eu coloquei isso um dos Marcelos afirmou: “Claro, Léo, imagina só o ‘orelhão’!” Para mais detalhes sobre os novos tablets concorrentes do iPad ver Info – Fev/2011 – Ed. Abril – págs. 12-14.
(2)     Rockabilly = Esse som novo, ou essa centelha de espontaneidade criativa, aconteceu na madrugada de 5 para 6 de julho de 1954 no estúdio da Sun Records em Memphis, Tenesee, quando Elvis Presley tocou, num ritmo frenético, um conhecido Blues de autoria de Arthur Crudups, That's All Right, Mama. Scotty Moore na guitarra e Bill Black no baixo o acompanharam na brincadeira e deixaram Sam Phillips de queixo caído com o resultado. Sam, entusiasmado com o que ouviu, preparou o gravador e pediu que tocassem novamente. Assim foi gravado o primeiro Rockabilly da história. O single That's All Right foi lançado nas rádios locais como lado "A" e Blue Moon Of Kentucky no lado "B".

(3)     Facebook = O Facebook é uma rede social. É um site onde cada pessoa pode ter o seu perfil, ou seja, os seus dados pessoais, as suas fotos, videos, links, notas etc.  Os membros desta rede social, como aliás de todas as outras, interagem entre si, visitando os perfis, fazendo amigos, estabelecendo contactos, deixando comentários, enviando mensagens entre si, numa palavra, comunicam.
Comentário pessoal: acho que todo mundo hoje em dia sabe o que é o Facebook. Mas não resisti a essa simplicação. Para verificar como ele já transcendeu esta definição sugiro ler a Info – Fevereiro/2011 – Ed. Abril.
Fonte: http://www.portais.ws/?page=art_det&ida=1202

7 comentários:

  1. Explicação já. Estaria dizendo que eu sou mala, por isso a M.A.F está me assombrando?

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  2. Que saudades de almoçar com a turma do escritório (mesmo tendo sido deixado sozinho na mesa algumas vezes por ser adepto do slow food). Comparo muito a vida corrida dos EUA com a vida no Brasil. Nunca havia levado almoço para o trabalho quando estava no Brasil. Sempra havia aquela pausa no meio do dia para "recarregar a bateria" e voltar o segundo tempo. Por aqui são raras as vezes em que consigo convencer os colegas a sair para almoçar. As vezes passo semanas sem sair para almoçar com os colegas do trabalho que sentam do meu lado. Todos no escritório trazem comida congelada e comem na mesa trabalhando. Os motivos são dois: sair mais cedo, geralmente 5:01 eu já sou o único que sobrou no escritório; e economia. Após mudar para cá tive a real dimensão de pão-duro os americanos são.

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  3. Pô Vitor, nem fala. bateu até saudades!Foram alguns dos melhores almoços que eu já tive. Mesmo aquele no dia em que você anunciou sua saída....hunf.

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  4. estou sem palavras, por isso, vou copiar: "amo muito tudo isso".
    beijos, Leo, até o próximo almoço.

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  5. Acho que o almoço com os companheiros de trabalho é um ritual. Prezo muito essa 1 hora de respiro, principalmente em dias atribulados. Se tiver um choppinho então! Obrigado, Leo, pela leitura.

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  6. Menina do Arame Farpado14 de fevereiro de 2011 às 07:53

    É tudo tão emocionante... Nunca fui homenageada desta forma antes... Meu arame pra vc, Leopoldo...

    Cassibi, esta noite te farei uma visita inesquecível...

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  7. Menina do Arame Farpado, fique bem longe de mim, satanás!

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