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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR

No dia 31 de Dezembro de 2010 o então Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, decidiu-se pela permanência do italiano Cesare Battisti em território brasileiro, em que pese a acusação por parte do Governo da Itália de que se trata de um terrorista procurado naquele país. Tal decisão teve como base o aconselhamento jurídico de um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) a partir do momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo tendo autorizado a extradição, delegou a decisão final à Presidência, aparentemente em função do tratado existente entre os dois governos em questão.

Não conheço o tratado em si, por isso a minha análise sobre tal fato estará, de certo modo, capenga. Porém, tentarei avaliar essa situação sobre diferentes prismas, revelando inclusive meu insight pessoal, deixando ao bel prazer do leitor a chegar a suas próprias conclusões – como se isto não fosse um direito inerente ao mesmo. Perdoem-me! De vez em quando sou tolo por demais!

Minha percepção particular, depreendida como primeira reação ao tema quando tomei conhecimento deste, a partir de 2007, quando do encarceramento do Sr. Battisti pela Polícia Federal enquanto transcorria o julgamento do processo de extradição, era de que devíamos devolvê-lo à Itália. A César o que é de César, como diziam os antigos. Este era um problema italiano, ele já havia sido julgado em sua terra natal por crimes cometidos por lá, e não creio que seja adequado que adotemos uma postura “corretora” para problemas de terceiros.

Porém, esta primeira avaliação, quando aprofundada, carece de uma sustentabilidade. Se eu fosse expandir essa minha análise para todas possíveis situações similares, pretéritas e futuras, acabaria por cair em contradição ou ficaria em maus lençóis se resolvesse sustentá-la. Digamos que descobríssemos uma situação à época do Governo de Hitler, em que um alemão, de origem judia, que havia fugido da Europa, estivesse aqui no Brasil. A seguir meu raciocínio acima explanado, deveria eu defender sua devolução para seguir com seu julgamento pela sociedade alemã. Algum tipo de comparação com Olga Benário lhes vem à mente?

A alegação situada no contexto acima apresentado de que estaríamos tratando de repatriamento de um militante de esquerda para as mãos de um governo de direita caem por terra, porém, quando percebemos que desde o julgamento do Sr. Battisti na Itália muitos anos se passaram. Ele se encontra em terras brasileiras desde 2003, pelo menos, tendo antes fugido para a França, que já havia dado asilo político a diversos extremistas italianos. A cultura de certa forma esquerdista de diversos governos franceses parece corroborar sua conduta, assim como a do nosso próprio Ministro da Justiça no mandato de Lula, Tarso Genro, que quando instado à época optou por conceder o status de refugiado político ao italiano, complicando toda a equação.

O suceder de governos em países de cultura democrática tem como um de seus preceitos basilares a independência entre os poderes. Isso permite que uma decisão do Judiciário, em tese, uma vez transitada em julgado, seja respeitada por todos os governos, independentemente de suas cores e credos. Dessa forma, tendo sido Battisti julgado definitivamente no passado e considerado culpado pelos magistrados italianos, tal decisão deve ser respeitada por todos os governos daquele país a partir de então. Porém, um outro complicador deste problema é que não somente a Itália tem uma tradição majoritária de direita, como o atual governo, com Berlusconi a frente, pode ser considerado de extrema direita!

Dessa forma, temos a seguinte situação: (1) um condenado pelo Judiciário Italiano em terras brasileiras; (2) este condenado é considerado oficialmente um refugiado político pelo Governo Brasileiro; (3) um tratado de extradição entre os dois governos existe, porém a AGU, em sua interpretação, considera que este está sendo respeitado quando a Presidência da República nega o repatriamento por avaliar que existem lacunas no processo original que ainda não foram sanadas, o que não daria segurança de que o italiano em questão seria julgado com isenção quando retornasse ao seu país.

Infelizmente estes três fatores não serviram para alterar minha impressão inicial. Talvez a figura verborrágica de Battisti, nas poucas cenas repetidas inúmeras vezes na TV brasileira, tenha me dado uma sensação desagradável de prepotência, de imposição de idéias, que no limite típico dos extremistas poderia levar até mesmo a atentados terroristas, ações que repudio. Também não me agrada em nada a sensação de ter que defender uma postura estilo Pilatos – lavar as mãos, mas devo ser sincero, essa seria minha opção pessoal, sem ter conhecimento das minúcias do caso. Ou seja, que os italianos e sua Justiça sejam responsáveis por seu próprio problema.

Aparentemente a dificuldade de Lula, por todo o seu passado, em defender a permanência do italiano no Brasil, estaria calcada no fato de ter que contrariar o desejo explícito de um governo com o qual o Brasil mantém relações. Por isso se escorou no parecer da AGU, meio que a justificar sua decisão. Talvez eu tivesse adotado a mesma postura, por motivos diversos e com finalidade distinta. Pergunto-me: será que houve uma pergunta do tipo: “Presidente, qual é a posição que o senhor deseja? Nós a corroboraremos, qualquer que seja”. Nunca saberemos isso de fato. As leis têm interpretações diversas, algumas vezes nos parecem que foram construídas para isso. Cabe ao ser humano ter a consciência tranqüila de que tomou a melhor decisão com as variáveis que tinha a sua frente. Sentar na cadeira de presidente não deve ser fácil...

Sugestão de Leitura:

MORAIS, Fernando – “Olga” – Ed. Cia das Letras – 1994 – 263 págs.

Fonte:


19 comentários:

  1. Leo, ia fazer greve ku tirar umas ferias em represalia... Nao sei fazer isso (nem a represalia, nem tirar ferias, rsrs).
    Concordo com vc em quase tudo. Bela nao sintese pois, vc escrevendo pode ser tud, menos sintetico.
    Discordo apenas da comparacao com Olga Benario, mas uma discordancia apenas no que se refere ao tempo historico, bobagem. Alias, belo livro.

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  2. Leopoldo, sou pela mesma posição. O que mais me preocupa nesta história, contudo, é que pessoas no governo, na mídia e na opinião pública de forma geral ainda ostentem aquela datada "visão romântica revolucionária" sobre a luta armada: a de que a legitimidade da "causa" justifica o ceifamento de vidas inocentes. Seriam "baixas necessárias" em nome da revolução. Civis inocentes "baixas necessárias"? Jamais concordarei com isso. É assassinato, seja na situação que for, e tenha a motivação ideológica que tiver, "justa" ou não.

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  3. Sobre este trecho "Porém, um outro complicador deste problema é que não somente a Itália tem uma tradição majoritária de direita"...sei que não foi o que quis dizer, mas pode dar a entender que regimes de direita jamais podem ser democráticos - a ressalva sobre o extremismo de direita de Berlusconi é perfeita (sem dúvida há aoportunismo político do atual governo italiano na questão). Regimes democráticos podem ser de direita ou de esquerda. Assim como ditaduras podem ter as duas verves ideológicas. E regimes democráticos de direita podem condenar legitimamente, com amplo direito à defesa e sem suspeição, extremistas. O mesmo em relação a regimes democráticos de esquerda, como foram os de Mario Soares e Felipe Gonzalez, em Portugal e Espanha, nos anos 80.

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  4. Para finalizar, uma pergunta, que lanço ao debate: fosse o dito Sr. Batistti, um extremista de direita acusado dos mesmos crimes, o governo tomaria a mesma posição, diante do mesmo cenário político e jurídico? É dífícil discutir em termos de "se" ou de "achismos", mas eu penso que não..este Senhor estaria há muito tempo em seu país natal.

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  5. Gostaria apenas de complementar que o Sr. Batistti nunca foi flor que se cheire...conheceu na cadeia(pq era lah?) os outros integrantes do PAC, movimento este sem nenhuma logica ideologica ou politica, eles simplesmente queriam matar os "burgueses bastardos" ou seja, segundo a logica deles guardas penintenciarios (vingança pessoal????) e comerciantes. A Italia nao vivia uma ditadura na epoca que foi julgado, e a tese que ele se for extraditado sofrerah perseguiçao e ateh risco de vida, cah entre nos eh ridiculo....ateh mesmo o advogado da AGU admitiu que nao tem como provar esta hipotese, que entao eh suposiçao....Resumo da opera, este salafrario eh um bandidinho comum que caiu nas graças da esquerda intelectual francesa e eh claro que a daqui se comporta da mesma maneira. Espere que mandem este salafrario de volta para a Italia.

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  6. Sensacionais os comentários, por distintas razões. Quanto ao da Lúcia, devo dizer que realmente fiquei na dúvida se a comparação como Olga era válida, mas preferi arriscar, até por coerência em expor os dois lados da situação. Em relação ao Carlos Maurício, não somente seu conhecimento acadêmico aprofundado sobre os (des)caminhos das relações internacionais poderia ilustrar tão bem os aspectos diversos que envolvem tal questão, como também seu abraço por determinadas causas - rs - traria um depoimento apaixonado. Estou muito interessado em saber se a Laura irá comentar as colocações aqui feitas pelo Sr. Ardissone. Daria um belo debate! Por último, minha querida prima, Angélica, que mora na Itália, demonstrando o sentimento in loco daqueles que por lá vivem. Abs, e obrigado a todos pelos comentários.
    Leop

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  7. Leop, se voce puder, exclua meu comentario acima. Vou postar aqui embaixo na ordem correta.

    Oi Leop,
    Obrigada por chamar-me para o debate aqui. Voce sabe que adoro um bate-boca :) Faco qualquer negocio para entrar num....

    O caso do Cesare Battisti parece-me bastante complicado. Nao pelo caso em si mas pela exigencia de consistencia que exige-se de pessoas que sao contra qualquer tipo de acao violenta. Devo confessar que ainda nao tenho pessoalmente uma ideia estabelecida sobre determinado tipo de acoes. Seria correto matar Hitler? E o delegado Golbery no Brasil, que orquestrou toda a policia politica e ordenou ou conduziu pessoalmente a tortura de presos politicos? E os mandatarios de genocidio na Bosnia, em Timor Leste, em ilhas na indonesia, em Uganda? Esse tipo de assassinato politico que, em tese, teria impedido a morte de milhares em diversas regioes do mundo, esse seria aceito? Confesso que ja pensei bastante sobre o assunto. Parte de mim acredita que esses lideres sao sintomaticos do pensamento geral de uma epoca e, enquanto seja um exercicio em achismo, nao sei se grandes genocidios seriam impedidos se o lider politico fosse abatido. Pela mesma razao sou contra a ideia de que "bandido bom eh bandido morto". Matar traficante resolve? Bom, se a pessoa imaginar que para cada traficante que morre ha 8 para tomar o seu lugar, entao, a resposta eh claramente que nao adianta. Eh, para mim, aquele problema eterno colocado pelo Marxismo, entre a estrutura e o sujeito (nao vou discorrer em detalhe sobre isso. Lembrem-se "google is your friend")

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  8. A alternativa, pelo menos para pessoas que repudiam assassinatos politicos e que acreditam que a resposta esta na mudanca da estrutura e nao na execucao sumaria do sujeito, eh lutar pela seriedade e probidade do estado de direito. Como cantou Pedro Luis, "Sou a favor da pena de vida...se o sujeito cagou, pisou na bolda.. paga caro, mas paga vivo". O problema que aih reside eh que o processo judiciario tem que ser justo e legitimo, baseado em principios humanitarios que sejam balizados em parametros internacionais. Por que se nao, a gente corre o risco de ter um sistema judiciario que faca o trabalho sujo que a sociedade nao quer fazer. Para tal, tem que ficar claro que processos penais, enquanto sejam uma saida custosa tanto em termos monetarios quanto na medida de tempo que tomam, sao ainda a solucao para quem antagoniza crimes politicos.

    Isso posto, e ja que nao posso judicialmente (apesar de pode-lo fazer em termos pessoais) o Cesare Battisti. A mim, o que restou-me foi perguntar-me sobre o processo dele. O que sabemos eh que ele foi julgado culpado na Italia. Olhei entao para a situacao do judiciario naquele pais. Vale lembrar que, enquanto a Italia nao vivia uma ditadura, ainda assim, os anos que se seguiram a 69 sao chamados "Anni di Piombo" (Anos de Chumbo) naquele pais. A partir de 1974, um grupo de leis chamadas "Leggi Speciali" foram aprovadas, e aqui estao algumas de suas diretrizes:

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  9. a) Prisao PREVENTIVA de oito anos - o que depois foi aumentada para 10 anos e 8 meses e com efeitos retroativos. Ora, onde esta aquela regra internacional de que uma pessoa eh inocente ate que seja provada sua culpa?

    b) Buscas domiciliares sem necessidade de mandado judicial.

    c) detencao especial: que inclui negar visitas aos presos, proibi-los de qualquer contacto humano. Lembro ainda que essa especificidade era mais dura que os regulamentos fascistas de 1931 sobre a detencao de prisioneiros.

    d) Nao havia mais a necessidade de obter um mandado da justica para a escuta - qualquer escuta poderia ser feita e aceita em corte judicial como prova.

    e) A policia obteve o direito de manter qualquer pessoa presa por 4 dias sem dar-lhe o direito a um advogado. Mais: o que qualquer pessoa dissesse sob interrogatorio (lembrem-se de que poderia se fazer uso da tortura) poderia ser utilizado para incriminar outrem. Da mesma maneira, foi instituido reducoes de penas para quem colaborasse com a policia, sendo que tais colaboracoes nao precisariam ser balizadas com provas do que as pessoas disseram. Belo estado de direio, ne?

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  10. Agora, passemos do sistema judiciario estabelecido na Italia para o caso Battisti em especial.

    1) Ele foi julgado "In Absentia", ou seja, a revelia. Nao estava presente durante o mesmo. Isso diretamente fere o principio da Convencao Europeia de Direitos Humanos (1955) que diz que ninguem pode ser julgado in absentia.

    2) O processo estabelecido contra Battisti fez uso do que disse outros presos sobre ele sem fornecer provas do que foi dito. Ha provas documentais que varios desses presos estavam sobre tortura e em condicoes mentalmente instaveis quando forneceram tais informacoes. Lembrando mais uma vez que nao foram fornecidas provas do que foi dito. Ah, outra coisa, Battisti ele mesmo tambem sofreu tortura. Uma delas foi que foi colocado um tubo em sua boca que ia direto a sua garganta, onde era derramado agua (ele entao nao podia respirar) enquanto ele era chutado no estomago ao mesmo tempo.

    C) Aparentemente, provas balisticas o desincriminam de dois assassinatos. Os quais, inclusive, ele foi julgado culpado, mesmo embora dois deles tenham acontecido na mesma hora em lugares que eram 170 milhas de distancia um do outro. Inclusive, outro homem, Diego Giacomin, revelou que ele mesmo teria cometido um dos assassinatos e nao Battisti.

    D) Ainda de acordo com a lei italiana, Battisti nao pode ser julgado novamente mesmo havendo erros processuais grosseiros no processo "in absentia". Outra coisa: diversas de suas assinaturas em todo o processo foram comprovadas como tendo sido forjadas. A ordem de extradicao francesa que seria para Battisti passar por julgamento tambem foi irregular exatamente pq ele nao seria julgado novamente na Italia. A Liga de Direitos Humanos contesta esse pedido de extradicao.

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  11. Veja, esses sao os fatos que pesquisei por aqui. Pode haver mais erros, como tambem, claramente, pode haver menos erros do que os que listei aqui. Entretanto, ja que sou contra assassinatos politicos, my reasoning eh que, se vamos "dar a Cesar o que eh de Cesar", antes de mais nada, eh dele um julgamento livre de falhas e que tenha ideonidade comprovada tanto no sistema italiano como em normas internacionalmente estabelecidas. Nao estou aqui querendo julgar se ele eh culpado ou nao. Judicialmente, isso nao me cabe. O que eu gostaria de ver seriam provas de que o processo pelo qual ele cumpriria pena se retornasse a Italia foi justo. E, parece-me, que esta longe desse ser o caso.

    Seria como, dadas as devidas circumstancias, tivessemos uma refugiada iraniana culpada de bigamia pelas leis daquele pais. Ora, ela eh culpada, entao deveriamos retorna-la para cumprir sua pena? Nao conheco ninguem que diria que SIM. E, com certeza, as bases para a defesa de uma negativa no pedido de extradicao de tal pessoa nao seriam que "ela eh culpada, tem que cumprir a pena".

    Sei perfeitamente que ao defender que ele nao seja retornado a Italia, posso estar, em ultimo caso, defendendo alguem que eh culpado de assassinato. Entretanto, acho que nao me foram fornecidas provas suficientes da idoneidade do sistema italiano e do processo movido contra o Sr. Battisti.

    Sempre haverao comocoes de qualquer lado. Seja da opiniao publica italiana, seja dos intelectuais franceses, sejam nossas proprias aqui no Brasil. Entretanto, para mim pessoalmente, eh que se vamos basear a extradicao em um processo politicamente fradulento, tenho grandes objecoes com o mesmo.

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  12. Ok, Laura, obrigado pela análise. Agora com um quadro completo, será que o Sr. Ardissone (ou qualquer outra pessoa) irá colocar mais alguma coisa?
    Abs, Leop

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  13. Leopoldo, minha reta final na tese impede-me de me colocar de forma mais extensa, o que gostaria de fazer. Não estou familiarizado com tantos detalhes do processo do Battisti, embora tenha ficado curioso em relação às fontes da Laura, que espero que sigam uma linha isenta, num equilíbro delicado entre os extremos "Veja" e "Carta Capital", ou entre Mainardi, de um lado, e Emir Sader ou Mino Carta, do outro. Fontes muito pouco críveis não?
    O que me incomoda é o afinco, a dedicação que se devota ao Sr. Battisti, independentemente de sua culpa, e o desprezo ou até descaso com que são tratados perseguidos e presos políticos em países governados por regimes tão suspeitos no que se refere ao desrespeito à democracia quanto a Itália do final dos anos 60 e início dos 70. Acho que não preciso listá-los. Em outras palavras, entendo que o amplo direito à defesa e outros direitos universalmente consagrados são o que menos importa para o governo brasileiro neste caso. Pesou a ideologia rançosa e rancorosa, cheirando a bolor do nosso então Ministro da Justiça e o patrulhamento de alguns setores do governo e da intelectualidade. Continuo achando que dedicação e mobilização igual não veríamos por um extremista de direita nas mesmas "CNTP".

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  14. Quanto à analogia com a bigamia da iraniana, perdoe-me a Laura, mas não a considero de todo própria, já que os eventos em cotejo tem natureza bastante diferentes quanto às consequências humanitárias para terceiros, que nem vivos mais estão.
    E quanto à idoneidade do sistema italiano, muito justo que a cobremos, mas cobremos também de todos, sem distinção, se a questão de fundo são os direitos humanos. Claro que onde está a política, está a ideologia, mas devemos nos empenhar, ao menos, para que nossa total impossibilidade de isenção ou neutralidade não nos impeça de desejar (ainda que inultilmente) buscá-la.
    Não acredito de todo na visões estruturais do marxismo e até das Relações Internacionais, como a do Realismo. Acredito tanto qanto ou mais na força de transformação das ideias, tanto no sentido individual quanto intersubjetivo, E a força delas está na forma como o homem desenvolve seu sentido de humanidade por meio de elementos relacionados a sua cognição, suas experiências culturais e sociais e aprendizado social, que podem modificar sim pensamentos conformistas e pessimistas sobre a imutabilidade da política e do próprio ser humano, derivados das visões estruturais que nos paralisam por vezes.

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  15. Com comentários tão "enxutos", sugiro escreverem um artigo!

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  16. Faço coro à colocação de Mr. Cassibi. Aliás, um artigo conjunto do Sr. Ardissone e de Mme. Laura Lima seria sensacional! Como sugestão para contribuir na avaliação do caso Battisti sugiro assistir "12 Angry Men" (1997), com Jack Lemmon, um filme vencedor do Globo de Ouro e sobre o qual escreverei um post dentro em breve. Abs, Leop

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  17. Leopoldo, seria um honra escrever um artigo com ela, desde que, claro, ela aceite..rs. Seria um "mix" bacana....provavelmente sairia algo próximo do equilibrado e isento..rs.

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  18. Sou contra a extradição. Se no Brasil foi concedida anistia "ampla, geral e irrestrita", nada mais justo do que aplicá-la, também, aos refugiados políticos que procuram abrigo no Brasil.

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  19. Leopoldo, tinha esquecido de registrar este comentário: este filme é mesmo sensacional. Assisti só a primeira versão, com Henry Fonda, de 1957, traduzida em português para "12 homens e uma sentença". Filmaço! Estou aguardando este post!

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