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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

BURLESQUE

Musicais não são o meu gênero preferido de filme. Mas recentemente vi um filme que me chamou atenção pelo seu equilíbrio entre a estória apresentada e o número de canções cantadas. Digo isto porque justamente o que me irrita nos musicais são aqueles momentos em que a ação estaciona em favor de uma cantoria que serve apenas para ilustrar uma determinada cena que já disse tudo!

Voltando ao filme mencionado no parágrafo anterior, trata-se de “Burlesque” (2011), com Christina Aguilera protagonizando juntamente com Cher o renascimento de um teatro – o Burlesque Lounge. Talvez o grande segredo deste filme tenha sido justamente centrar forças nas duas artistas principais. Cher, além de ser uma ótima cantora, já apresentou anteriormente seus dotes como atriz em filmes de grande sucesso – “Minha Mãe é uma Sereia” (1990) é um exemplo. E Christina Aguilera é uma das principais cantoras do gênero pop do momento, com todos os predicados – grande voz e talento para coreografias ousadas.

Cher e Aguilera em ação em Burlesque (2011)

Desta forma, auxiliadas pelo equilíbrio de um roteiro que inseria as canções como um componente necessário do ritmo da estória, esta vem num crescente para deleitar o espectador com números musicais inseridos num show. Ou seja, não é aquilo de você estar conversando num bar, e de repente todo mundo que lá está começa a cantar e dançar contigo! E bem!

Ok, existem exceções mesmo em filmes que adotam tal estilo, mas sinceramente não encontram-se no meu campo de atração. Os musicais, quando bem construídos, unem duas qualidades que são caras ao ser humano: música e teatro. O ditado popular “quem canta os males espanta” não surgiu do nada. Boas canções, inseridas num contexto adequado servem para levantar qualquer baixo astral. As igrejas protestantes de um modo geral e algumas vertentes da Igreja Católica já perceberam isso e têm utilizado com sucesso esta estratégia pela atração dos fiéis.

No cinema, quando nos dirigimos à telona para buscar uma diversão que nos distraia dos problemas do dia-a-dia, ao encontrarmos boas estórias que prendam nossa atenção, já nos sentimos repaginados para o próximo embate. O que dirá quando tais produções vêm embaladas por boas músicas. “O Som do Coração” (2007), que tem como um dos astros principais Robin Williams – no papel de antagonista, o que não é muito comum – é, talvez, dos filmes mais recentes, o que melhor exemplifica tal dualidade de maneira explícita. De igual forma temos a música como um dos personagens da estória, o que facilita sua inserção e seu andamento.

Stanley Tucci contracenando com Cher.

“Burlesque” traz como mérito ainda as coreografias muito bonitas e o fato de poder ser classificada como romance – ou drama, na classificação mais técnica. Ter um casal jovem que possibilita o tom exato açucarado tão ao apreço de determinadas platéias facilita o sucesso da película. Enfim, é um bom filme, para ser assistido num final de tarde, de braço dado com o(a) companheiro(a) de sua predileção. Ah, é claro, ter Stanley Tucci num papel de coadjuvante – é o coreógrafo do teatro – também ajudou muito! O ator dá o tom exato, o contraponto entre o racional e o emocional ao personagem que traz o equilíbrio e a sabedoria para alguns outros que têm que tomar uma decisão que afetará suas vidas. Divirtam-se!

Fontes acessadas em 25 de Abril de 2011:

2 comentários:

  1. Léo, eu gosto de musicais, mas também não gosto daqueles que inserem música dentro de qualquer contexto. "Evita", por exemplo, é insuportável (achei). Cantoria o tempo todo! Péron, de farda, cantando não dá! Entre os últimos musicais, um bem legal é "Todos Dizem Eu te Amo", de Woody Allen. Sem contar os inesquecíveis "Cantando na Chuva", "Um Americano em Paris" e os grandes musicais de Fred Astaire e Ginger Rogers, como "O Picolino". Ah! Fica uma dica de um excelente filme em cartaz: "Amor à Toda Prova"! Grande filme, com Steve Carrell, Juliane Moore e Ryan Gosling. Extremamente terno, ao mesmo tempo leve e profundo. Tenho certeza de que gostará.Depois me diz!

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  2. Carlos Maurício, obrigado pelo comentário! E para não parecer leviano, devo informar que concordo com a Cátia Gentil, via Facebook, a respeito da qualidade de "Mamma Mia", um musical que a despeito de ter justamente o defeito o qual me referi no texto, a alta qualidade das músicas suplantam qualquer aversão possível.

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