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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SOLUÇÕES

Solução s.f. ato ou efeito de solver 1 aquilo que resolve, soluciona (algum problema ou dificuldade); saída, recurso 2 resposta correta a uma questão de prova, teste, problema, etc; resultado 3 separação de coisas que antes estavam unidas ou que são naturalmente unidas; interrupção, quebra, hiato 4 pagamento final e definitivo de (débito contraído) (...)
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – pág. 2604 – Ed. Objetiva – 2004

Pedrinho olha para a professora e morde os lábios. “Por que será que ela foi olhar justamente para mim nessa hora!?” Em sua mente ainda pululam as palavras dela: - “Pedrinho, sua vez: 6x7?” Pedrinho se questiona: “Bem que eu devia ter estudado mais ontem à noite. Se eu errar, é bem possível que leve uma anotação na caderneta e passe o final de semana inteiro estudando a tabuada!”

O ser humano é formado desde sua mais tenra infância com os insumos recebidos do ambiente, que associados a características que lhe são inatas geram o indivíduo que serão em sociedade, mais adiante. A pressão por resultados, portanto, é um tema recorrente em nossas vidas desde sempre. É como se logo ao sairmos do útero já nos fosse cobrado o choro que nos identifica como uma criança com todos os parafusos nos lugares certos. Porque só uma criança assim não estranharia sair do conforto em que se encontrava para enfrentar um mundo frio e cheio de luzes e cores que se apresenta ao nascer.

A pergunta que lhes faço é: qual é o objetivo? E faço esta pergunta sem a mínima ilusão de que obterei “a” resposta. Porque ela não existe meus caros, simplesmente por isso! Infelizmente somos e devemos ser doutrinados desde pequenos para buscar as soluções para os problemas que nos são apresentados. Isso fez a humanidade caminhar e desenvolver-se, alcançando um nível de conhecimento inigualável, principalmente nos anos pós-revolução eletrônica.

Agora, imagine você se uma criança o acercasse e lhe perguntasse: - “Uma pessoa, num cenário de guerra – tipo Kosovo, na década de 90 (Ok, é difícil uma criança pensar nos Balcãs daquela época, mas onde fica a liberdade poética!?) - assaltar porque está com fome é correto?” Qual seria sua resposta? Não se tem uma resposta trivial para isso. Acharam essa difícil? Mas a pergunta que fiz no parágrafo anterior é mais complexa que essa, meus amigos. Trata diretamente de qual objetivo traçaremos para as nossas tão curtas vidas! E comparativamente, ambas são objeto de divagações que talvez fiquem sem solução. Mas se dissermos para uma criança que existem questões sem solução, qual será o seu alicerce para seguir adiante?

As crianças têm o beneplácito da ingenuidade. Elas não têm que se preocupar com isso, mas apenas em obter as notas necessárias para passar de ano e curtir a vida com tranqüilidade. A consciência de que o mundo está inserido, literalmente, na teoria do caos, somente pode vir mais adiante, para não corrermos o risco de gerarmos pessoas sem esperança no futuro, no amanhã.

Olhando agora por outro prisma, o da obrigatoriedade. Será que somos realmente obrigados a encontrar solução para tudo? Isso ensejaria o domínio, o controle quase total (não o existe em sua totalidade, em lugar algum) de todo o conhecimento, de toda a informação que gira em torno de nossas vidas. Isso porque estamos sempre nos preparando para sermos questionados! Agora, se temos ou não as respostas, e como lidamos com os momentos de desconhecimento, aí está o ponto central!

Faço então deste texto um libelo pela liberdade de pensamento, pelo diálogo e pelo entendimento. Não temos todas as respostas para tudo. Mas temos a possibilidade de dialogar, e encontrar assim o melhor caminho para as partes, mesmo que não seja o ideal para “uma” das partes. E de repente me vejo consciente da força de um símbolo – as aspas “”! Num texto entremeado por inúmeras delas percebo que identificam a relatividade do pensar. Tudo é relativo, já diria Einstein – não sei se ele disse isso um dia, mas o que importa afinal? A mensagem é tudo, mesmo não sendo a resposta definitiva! Ou não!

2 comentários:

  1. Existem perguntas, ou questionamentos, que se encerram na própria formulação. Tão nobres, imponentes que dispensam as mais relés servis respostas.

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  2. o importante mesmo não está nas respostas, mas na formulação das perguntas.

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