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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

MOURINHO

“MOURO adj. e s.m. (Do lat. maurus) [...] 2. Na Idade Média e no Renascimento, os sarracenos que conquistaram a Espanha e Portugal. [...]”
Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural – pág. 4108 – Ed. Nova Cultural – 1995

José Mourinho, o polêmico treinador português, vem fazendo de sua trajetória à frente do Real Madrid uma verdadeira cruzada contra o time que vem dominando o cenário internacional, o Barcelona. Seria uma batalha perdida? A história do futebol diz que não, pois é mais do que normal que de tempos em tempos uma equipe se sobressaia e acabe deixando as demais como meras coadjuvantes. Mas esse tempo passa, e é bom estar preparado para ocupar esta lacuna.

A diferença é que aparentemente pela sua qualidade como treinador Mourinho não tem muita paciência. Na sua primeira empreitada a frente do Porto, de Portugal, conquistou a Liga dos Campeões da Europa – num time que tinha, entre os brasileiros, Carlos Alberto (ex-Flu, Vasco, Bahia, Grêmio, Botafogo, Corinthians, São Paulo - ufa!) e Diego (um dos meninos da Vila, da geração do Robinho) – e o Mundial Interclubes. Depois se transferiu para o Chelsea, colocando o time inglês no patamar dos gigantes, com uma boa ajuda dos cofres de um magnata russo. Por último, antes de chegar no Real, fez da Inter de Milão novamente campeã da Europa, após uma sucessão de títulos italianos. Ou seja, é um cara que busca incessantemente suas metas, e normalmente as alcança.

Por isso tudo que lhes disse acima, e não pelos destemperos em seus tempos de Espanha – com direito a dedo no olho do auxiliar-técnico do Barcelona! – é que Mourinho era o meu favorito para ser o técnico da Seleção Brasileira pós-Dunga.

Esperem, quando digo isto coloco um cenário o qual poderíamos escolher qualquer um. Num contexto mais, digamos, “realista”, eu havia imaginado o Muricy para o lugar. E quase que emplaco essa aposta. Porém o atual treinador dos Santos fez forfait – se proposital ou não, usado de artifícios escusos ou não, é uma discussão para outro momento – e não assumiu este desafio. E aí está o meu gancho para justificar o que escrevi no parágrafo anterior.

Quando o cargo de treinador da seleção ficou vago, após a Copa de 2010, comecei a fazer um exercício mental de quem teria coragem e estaria mais talhado para dirigir o Brasil numa Copa a ser realizada por aqui mesmo. Teria que ser alguém especial, pois a pressão seria enorme, a crítica seria implacável durante o período de preparação, tamanha a expectativa gerada. Não importa se estamos ou não passando por uma entressafra, um novo 1950 é inaceitável para os brasileiros!

Pois bem, tendo isso em mente perguntei-me: “Por que não um treinador estrangeiro? Um olhar de fora, alguém que não se sentiria tão apegado às paixões ou mesmo à responsabilidade seria o ideal”. O problema de imediato que me surgiu foi a questão do idioma. Porque a arte de domar 23 jogadores de futebol de alto nível é, mais do que simplesmente passar a tática específica para o jogo, é demonstrar a paixão e o sentimento que o cerca no discurso a ser conduzido pelo treinador para com os treinandos. Nisso o Joel Santanna é um mestre, e a campanha da África do Sul na Copa das Confederações de 2009 não me deixa mentir. Quem poderia ultrapassar estas barreiras, então?

José Mourinho era a solução! Treinador de altíssimo nível, falava português, estudioso e ao mesmo tempo tinha a paixão necessária para passar o combustível que a equipe canarinho necessitaria para enfrentar tudo que viria pela frente até 2014, pensei eu à época. Perguntariam vocês: mas e o salário? Ora, eu é que lhes pergunto: será que ele não aceitaria um desafio profissional como esse – ser campeão mundial dirigindo a Seleção Brasileira, numa Copa no Brasil???? A perspectiva de ser campeão – algo que a Seleção Portuguesa, a qual ele não aceitou dirigir, não dá até o momento – certamente seria um fator em termos de diferencial para ele aceitar uma remuneração um pouco mais baixa. Porém, aparentemente tal idéia não passou na cabeça de nenhum dirigente. É pena, mano, porque nossa vida promete ser dura até 2014.

3 comentários:

  1. Fala Leopoldo,
    Como nao tem F1 no seu blog, vou comentar no futebol mesmo... rsrsr
    Cara, depois de ler o seu post... fui chamar um amigo aqui do trabalho (louco por futebol.. sabe muuuito mesmo - liverpool doente) para comentar o seu texto. Ontem, durante o nosso almoco, estavamos falando sobre Mourinho/Real Madrid. Bom... ele nao gosta do cara mas concordou com vc. Ele tbm acha q M. poderia ser o cara para essa funcao mas acabou fazendo uma pergunta.. sera q os brasileiros aceitariam um treinador estrangeiro para dar um titulo ao Brasil? Ele acha q nao.
    E' isso.. forte abraco.
    PS. Quando tiver F1 eu volto a comentar.

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  2. Fala Leo!
    Agradeco pela homenagem neste post. E justo falando sobre Mourinho, de quem sou fan! (perdoe a falta de acentos).
    Concordo que Mourinho esta acima das opcoes "caseiras" que hoje temos.
    Mas, pelo menos em relacao a mim, a visao do amigo do Rogerio se confirma: prefiro ir a Copa com um tecnico brasileiro. Nao importa se existe outro melhor.
    A esta altura esperava mais do Mano. Todavia, ainda acho que chegaremos muito bem no Mundial.
    Abracao
    Gustavo

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  3. Ok, fellows, de acordo. Acho mesmo que seria complicado os brasileiros aceitarem um treinador estrangeiro. Mas que ia ser muito maneiro, ah, lá isso ia.

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