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sábado, 6 de novembro de 2010

A QUÍMICA DA ALEGRIA

Você já se perguntou a quantas anda seu ritmo de vida? Se percebeu em algum momento envolto em questões insolúveis, que lhe causam agonia? Teve tempo para refletir sobre si próprio e a qualidade do seu relacionamento com os entes mais queridos, família e amigos?

Vez por outra essas questões que nos afligem, mas rapidamente deixamos de lado, uma vez que uma tarefa nos aguarda, um programa já foi acordado para noite, ou aquele joguinho que você tanto ansiava vai passar na TV. Enfim, seguimos adiante, pois o tempo não para, já dizia o poeta.

Pois bem, chamo a vocês então para se voltarem, verdadeiramente, para as questões postas acima. Todas elas giram em torno de um único aspecto: estamos ou não aproveitando a vida em sua plenitude, em tudo que ela pode nos oferecer?

Recentemente li um livro chamado “A Química da Alegria” – Editora Gente, SP – 2007 – 274 págs - do Dr. Henry Emmons, em co-autoria com a Dra. Rachel Kranz. Eles abordam diretamente tais questões por um simples fato – elas são centrais no tratamento da depressão, uma doença que atinge cerca de 20% da população mundial e 10% da população brasileira, este último dado divulgado pelo Ministério da Saúde no ano passado.

O approach do Dr. Emmons se baseia no ataque ao problema da depressão por três caminhos – o físico, o mental e o espiritual. O físico seria baseado no equilíbrio na dieta alimentar e nos exercícios físicos propriamente ditos, o que leva não somente à criação de uma verdadeira fábrica produtora de elementos químicos naturais no cérebro como também recupera a auto-estima estética, fatores que contribuem no processo de recuperação de uma crise depressiva.

No que tange ao fator mental existe um ataque baseado no que de melhor proporciona a medicina ocidental – medicamentos e terapia - e a medicina oriental, com especial ênfase nesta última no que se relaciona com a medicina ayurvédica, ramo desenvolvido especialmente na Índia. Neste segundo ponto interessante também é o livro “O Demônio do Meio-Dia – uma anatomia da depressão” – Ed. Objetiva, RJ – 2002 – 483 págs - de Andrew Solomon. Neste último, após um levantamento ambicioso de todo o tipo de abordagem para o problema, chega-se à conclusão que os tratamentos mais bem sucedidos são aqueles que combinam, pela ótica ocidental alopata, os medicamentos e a terapia. Ambos podem ser também utilizados isoladamente, mas o grau de êxito diminui.

Já o que o Dr. Emmons nos proporciona de maneira direta em seu livro é a possibilidade de, quem sabe, não ser necessária a utilização dos medicamentos. Deve-se ressaltar que ele não é contrário aos tratamentos convencionais. Ele apenas tenta outras abordagens que podem traçar um quadro mais completo do paciente, atacando outros aspectos por vezes negligenciados pela medicina ocidental. Inclusive sempre coloca a importância de se consultar o profissional que está acompanhando o caso antes de qualquer atitude precipitada que o paciente possa vir a querer tomar.

Existe ainda a questão espiritual. Para tal o Dr. Emmons utiliza-se, em seu livro, de alguns exercícios – em especial do da atenção dirigida – muito disseminados pela filosofia budista. Ele coloca, no entanto, que não existe a necessidade de conversão. Tais exercícios transcendem que religião é professada, servindo até mesmo para um reforço de quaisquer uma destas, pois aproxima o ser humano daqueles momentos necessários de reflexão e oração que todos nós deveríamos ter todos os dias – e que deixamos de lado, por exemplo, em prol daquela reunião inadiável. Na semana passada me surpreendi, por exemplo, ao assistir a missa de domingo e ver o padre pedir aos fiéis que fizessem, conscientemente, um controle da respiração – expirando pela boca e inspirando pelo nariz – para poderem alcançar o nível de concentração necessário para rezar, algo que está presente fortemente como um dos conselhos do Dr. Emmons para meditação atingida via a prática do yoga.

Fiquei muito satisfeito ao tomar conhecimento do trabalho do Dr. Emmons pelo fato de que ele reforça uma crença antiga que possuo sobre os poderes benéficos de uma dieta equilibrada e da prática contínua de exercícios físicos. Se eu já tinha a vontade de manter uma qualidade de vida baseada nesses preceitos por conta de suas benesses estéticas, tal disciplina foi fortalecida com a possibilidade efetiva de alcançar o equilíbrio mental através destes mesmos princípios.

Como resultado concreto, fica o meu testemunho do aumento na valorização da vida e do relacionamento com os entes queridos, família e amigos, que tal abordagem proporciona. Eles estão acima de tudo, nos auxiliando, até mesmo indiretamente, em sermos uma pessoa melhor, pois, além dos medicamentos, dos exercícios, da dieta, o bem querer faz com que nossa alma se torne leve e que possamos enfrentar o dia-a-dia como sendo, sim, uma rotina de desafios, porém com prazer em serem vencidos.

Sites consultados:


Leituras adicionais sugeridas:

HOUSTON, Nancy – Marcas de Nascença – Ed. L&PM – Porto Alegre, RS – 2008 – 272 págs.
WALLS, Jeannette – O Castelo de Vidro – Ed. Nova Fronteira – Rio de Janeiro, RJ – 2007- 367 págs.
Revista VIDA SIMPLES – periodicidade mensal – Ed. Abril.

4 comentários:

  1. Inspirado, corajoso, inteligente e útil. E o porta-voz, o melhor possível, como sempre.

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  2. Interessante! Valeu a dica!

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  3. É... não somos filhos apenas do carbono e do amoníaco. A felicidade gera reações químicas que ainda não são vendidas nas farmácias e nem patenteadas no INPI (por enquanto...)

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  4. Oi, Anônimo! És o mesmo da última vez?

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