Ansiedade e princípios. Se existe um filme que lida diretamente com estes temas este atende pelo nome de “Os Próximos 3 Dias” (2010), com Russell Crowe como protagonista de uma estória também conhecida como “72 horas”. Neste filme o personagem de Crowe, cujo nome é John Brennan, tem sua esposa acusada de um crime. Todas as evidências apontam para a sua culpabilidade, mas ele duvida de que tal fato seja verdade e se empenha para desvendar o caso, aparentemente sem sucesso.
Diante da inevitabilidade da condenação da esposa, e observando sua vida se esfacelar, sem a possibilidade de reconduzi-la, juntamente com o seu filho pequeno, ao estágio anterior ao turbilhão em que se viu inserido, toma uma decisão radical. O desenrolar dos acontecimentos vai se dando em ordem decrescente – 3 anos antes, 3 meses antes, 3 dias antes... – o que vai elevando a tensão e o suspense entre os espectadores para o que está para acontecer.
Desta forma o filme desafia a todos nós refletirmos sobre os temas que apontei no início do post: ansiedade e princípios. Ansiedade está aí inserida uma vez que vivemos numa sociedade em que tudo é para ontem. De repente somos observadores de uma estória em que o personagem principal é obrigado a ter paciência, a ser meticuloso, a planejar tudo nos mínimos detalhes para que na hora correta nada possa dar errado.
Quantas vezes nos damos tempo para tal atitude em nossas vidas? Ainda mais quando somos submetidos a uma pressão extrema! Desse modo, a alegoria do filme se presta a esse sentido, uma vez que o seu protagonista sofre a maior das pressões: alcançar um objetivo sem o qual sua amada será sacrificada, mortalmente. Teríamos algo próximo disso em nosso dia a dia?
Em paralelo ao controle extremo da ansiedade, John Brennan se vê tendo que lidar com um mundo com o qual não está habituado, com novas referências, nem sempre boas. Além disso, terá também que proteger seus entes queridos – pais e filho – de toda a influência maléfica do furacão pelo qual sua vida está passando. Como se vê, não é um filme para fracos de espírito.
Uma série de decisões ele terá que tomar, algumas delas vão contra os princípios que norteiam a vida das pessoas de bem. Aí a questão colocada é: até que limite nos propomos a ir para defender nossa família, o amor de nossa vida? Não basta apenas coragem, mas segurança de que a decisão tomada não está equivocada, em que pese tudo apontar ao contrário. Quantos de nós seríamos capazes de superar a tudo e a todos os olhares da sociedade dizendo que estamos errados, que estamos agindo contrariamente ao que toda uma comunidade entende como o correto?
A cada momento somos desafiados por pequenas decisões – quantas colheres de açúcar colocaremos no café; quantas laudas escreverei hoje na minha tese; lerei aquele livro que está na prateleira ou aproveitarei o sol para uma boa caminhada? Decisões simples, leves, mas quando percebemos nos agoniamos por bobagens e somos arrastados para dar um simples passo para frente. Temos nossa estrutura dilapidada pouco a pouco, a tal ponto que quando nos vemos desafiados por desventuras de maior peso, potencialmente já estamos fracionados o suficiente para sequer mover um músculo. Precisamos de ajuda...
Assim, convido-os a uma reflexão:
Pare
Pense
Respire
Expire
Viva
Deleite-se
Aproveite
Enjoy yourself
And your life will be much better!
E por muito mais que 72 horas!!!
O pinguim reflete, sob o Sol de Búzios.
Fonte:
http://www.imdb.com/title/tt1458175/ - acessada em 07 de Agosto de 2011.
... é.
ResponderExcluirComplementando meu lacônico (... é.) comentário anterior: O que, de fato (sem associações indevidas, por favor), nos deleita, delicia, move?
ResponderExcluirDigo por mim, às vezes pode ser o trabalho, outras o amor, outras a necessidade de companhia, e, ainda a necessidade imensa de ficar sozinha.
Não somos uma única pessoa. Em um momento o simples inspirar e expirar nos transforma. Mais alguns minutos e precisamos urgentemente de alguém... Isso é a vida. Uma confusão estonteante.