A jornada foi longa. Pude trocar idéias com vocês por praticamente dois anos. Conversamos sobre diversas coisas, comportamento, esportes, filmes, livros, religião, etc. Alguns de vocês apresentaram seus pontos de vista. Outros, compartilharam os meus com seus amigos e talvez tenham, neste momento, pontuado suas considerações. Alguns permaneceram em silêncio, mas tocados de alguma forma. E ainda deve ter existido aquele grupo que pensou: “Mas que saco esses e-mails, textos, posts, etc”.
Mesmos esses últimos os considero meus leitores. Uma linha que me acompanhou – e creio, acompanhará sempre – é que o ser humano é complexo, multifacetado, dando margem a diversas interpretações e ações. Não temos que julgar ninguém, afinal, também temos nossos dias de fúria, aqueles em que cometemos erros ou acertos, dependendo do ponto de vista.
Colocaram para mim certa vez que eu, em meus escritos, sempre deixo uma porta aberta para a alternativa. Conscientemente ou inconscientemente não vejo como ser diferente. Minha meta, com Leopideas, era instigar a reflexão a partir da minha visão, mas sem negar as dos outros jamais.
Interessante observar como os assuntos mais polêmicos giraram em torno de dois temas, na qual opiniões sólidas, extremas, não convergiam para um consenso: religião e a extradição ou não de um estrangeiro em terras brasileiras. E os que mais fizeram sucesso foram vinculados a trajetória dos seres humanos em retomada das suas vidas ou até mesmo pela construção paulatina de seus parâmetros comportamentais: André Agassi e domesticação (de animais ou seres humanos).
Ou seja, pelo lado mais polêmico, tínhamos questões as quais posições totalmente divergentes, aparentemente sem possibilidade de consenso, geraram um debate que apontou os diversos prismas de uma mesma questão. Êxito! De outro, mesmo não gerando polêmica, foram distribuídas por um grande público, por iniciativa de vocês mesmos, talvez porque muita gente precisasse refletir sobre tais temas. Êxito novamente! Consenso, dissenso. Dois lados de uma mesma moeda. Não existe vitória única no diálogo. A conquista é de todos.
Dessa forma, penso que cumpri minha missão. Não somente para com vocês, mas para comigo mesmo. Eu também usufruí da sua presença, pois vocês me instigaram a escrever, algo que faço com grande prazer. Mas, ao mesmo tempo, também sou muitas vezes fustigado por um sentimento de obrigação, o que não é nada bom. A fluidez se perde, e isso é transposto para o texto.
Além disso, há um fator de prioridade! Etapas da vida são ultrapassadas, e temos que saber dosar nosso tempo para bem aproveitá-lo. É fato que o início desta caminhada foi, mais uma vez, uma válvula de escape para o vale em que me encontrava. Não saí totalmente dele, mas já me sinto forte o suficiente para subir a montanha. Isto devo a vocês, que me ouviram, leram, olharam para os olhos desse pingüim, apontaram meus erros e qualidades, abriram a clareira para que eu pudesse ver a trilha.
Fica aqui, nessa despedida, nesse até breve, o meu agradecimento. Foi sugerido que eu concentrasse meus escritos nas resenhas literárias, gênero o qual eu teria uma qualidade maior. Talvez essa seja uma empreitada futura, não sei ainda. Já comecei a refletir num nome para um novo blog nesse sentido, mas certamente vocês serão os primeiros a saber. Pois, se eu me auto-intitulo companheiro para vida, um companheiro precisa de parceiros, senão seria um solitário. Vocês estão comigo e eu estou com vocês, senão fisicamente, em mente e coração. Até a próxima!