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domingo, 17 de junho de 2012

A QUEM DE DIREITO

O que é gestão? E o que é o bom gestor? Essas são perguntas que nos cercam quando somos convidados a assumir uma função, projeto, cargo, whatever que tenha a ver com a condução de uma equipe, ou seja, pessoas. Mas quando vamos ao dicionário o vínculo direto com a “gestão de pessoas” inexiste. Seria como se esse último fosse um subconjunto daquela primeira.

Passamos então a procurar boas referências, algo no qual possamos nos espelhar para nos bem conduzir na atividade para a qual estamos abraçando. Essas referências normalmente estão vinculadas com uma ideologia pessoal que vamos construindo com o passar dos anos. Chamo de ideologia pessoal aquelas teorias que mais nos tocam e que pelo nosso bom senso entendemos ser a mais adequada para ser aplicada no ambiente em que vivemos. Outros poderiam dizer que isso é a pura definição de política. Nesse sentido, uma serve a outra? A gestão é alimentada e induzida pela política e vice-versa?

Para o Houaiss, gestão é “1. Ato ou efeito de gerir; administração, gerência 2. Mandato político [...]” e política é “1. Arte ou ciência de governar [...] 8. Fig. Habilidade no relacionar-se com os outros tendo em vista a obtenção de resultados desejados [...]”. Dessa forma, nessa obra de referência a junção das duas definições alcança, enfim, a ligação que me toca diretamente quando falamos em gestão.

Esse extenso prólogo tem como propósito expor para vocês uma experiência que tive ao final de 2011, em testemunhar a excelência de gestão que existe no Brasil. Na verdade, a expressão “ilhas de excelência” nunca foi tão adequada, uma vez que um dos exemplos que tive a oportunidade de testemunhar localiza-se justamente numa ilha – Florianópolis.

Fui, por motivos profissionais, à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Lá chegando, após ter cumprido minha missão acadêmica, mantive contato com a estrutura do Curso de Pós-Graduação em Direito daquela Universidade. Equipamentos e estrutura de primeiro mundo, mobiliário moderno e novo, todas as condições para que o estudante possa se dedicar de corpo e alma ao seu objeto de pesquisa. E aí novamente me assaltou aquela pergunta inicial: o que é gestão?

De minha experiência universitária – e porque não dizer, de vida – nota-se claramente que o Judiciário e tudo que tem algum tipo de conexão com esta seara da comunidade, consegue efetivamente condições benéficas para sua condução. Prédios modernos são construídos para ser sede de tribunais, a melhor remuneração no serviço público se encontra naquele Poder, e os magistrados são respeitados como uma classe à parte da sociedade. Seria a gestão deles diferenciada de todo o resto ou seria meramente um sólido casulo político, por ser a base de todo o entendimento da humanidade como o pilar para se viver em comunidade?

Obviamente contatos com os mais altos escalões auxiliam demasiado o gestor a ser prolífico quando atua no campo do Direito. Dessa forma, a política por mim anteriormente citada surge como o principal instrumento facilitador de uma gestão nesta área. Conceitualmente as Faculdades de Direito são tidas como núcleos de defesa do conservadorismo. E isto seria um atrativo e tanto para que as elites incentivassem sua estruturação. Mas essa seria a única razão? Além disso, preconceitos dos setores ditos “de esquerda” invalidariam a área do Direito como exemplo a ser seguido em termos de gestão?

Tentando responder a essas perguntas partimos para a análise de um paradigma: conhecimento é poder, parece que sobre isto não cabe mais dúvida. Em meados do século XX as famílias ansiavam ter seus filhos trilhando os caminhos do Direito, Engenharia ou Medicina, todas carreiras nas quais a cultura aprofundada é condição sem a qual ninguém prospera. Mas esta é uma verdade que, levando-se em conta a evolução da disseminação da informação, com a internet, e sua filtragem a partir das referências que construímos como pessoas, moldando a nossa personalidade, passaram a permear um sem número de outras profissões, facilitando o alcance de objetivos traçados.

Tendo em vista este novo contexto em que a sociedade humana está inserida, cabe hoje que apenas determinados grupos tenham acesso às facilidades e ao que existe de melhor no mundo moderno? Penso que a resposta é não. Dessa forma, resta trabalharmos por uma melhor gestão, de pessoas e recursos, que se reflitirá na distribuição de conhecimento e melhores condições a todos os pesquisadores, de todas as áreas, utilizando de maneira inteligente os artifícios políticos para tal, alcançando a quem de direito, ou seja, a toda a Humanidade.

3 comentários:

  1. Fiquei muito p... com esse texto. Ficou faltando o principal, você não disse a que veio. Humpf.

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  2. Adoro crihticas diretas. Vou pensar a respeito e te respondo dentro em breve.

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  3. eu não li... prefiro assuntos mais coloridos; esse é marrom acinzentado.
    (Léo, é uma chatice eu ter que provar que não sou um robô. Oras, robôs escreveriam as bobagens que eu cismo em colocar aqui?)

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