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sábado, 30 de junho de 2012

DESPEDIDA

A jornada foi longa. Pude trocar idéias com vocês por praticamente dois anos. Conversamos sobre diversas coisas, comportamento, esportes, filmes, livros, religião, etc. Alguns de vocês apresentaram seus pontos de vista. Outros, compartilharam os meus com seus amigos e talvez tenham, neste momento, pontuado suas considerações. Alguns permaneceram em silêncio, mas tocados de alguma forma. E ainda deve ter existido aquele grupo que pensou: “Mas que saco esses e-mails, textos, posts, etc”.

Mesmos esses últimos os considero meus leitores. Uma linha que me acompanhou – e creio, acompanhará sempre – é que o ser humano é complexo, multifacetado, dando margem a diversas interpretações e ações. Não temos que julgar ninguém, afinal, também temos nossos dias de fúria, aqueles em que cometemos erros ou acertos, dependendo do ponto de vista.

Colocaram para mim certa vez que eu, em meus escritos, sempre deixo uma porta aberta para a alternativa. Conscientemente ou inconscientemente não vejo como ser diferente. Minha meta, com Leopideas, era instigar a reflexão a partir da minha visão, mas sem negar as dos outros jamais.

Interessante observar como os assuntos mais polêmicos giraram em torno de dois temas, na qual opiniões sólidas, extremas, não convergiam para um consenso: religião e a extradição ou não de um estrangeiro em terras brasileiras. E os que mais fizeram sucesso foram vinculados a trajetória dos seres humanos em retomada das suas vidas ou até mesmo pela construção paulatina de seus parâmetros comportamentais: André Agassi e domesticação (de animais ou seres humanos).

Ou seja, pelo lado mais polêmico, tínhamos questões as quais posições totalmente divergentes, aparentemente sem possibilidade de consenso, geraram um debate que apontou os diversos prismas de uma mesma questão. Êxito! De outro, mesmo não gerando polêmica, foram distribuídas por um grande público, por iniciativa de vocês mesmos, talvez porque muita gente precisasse refletir sobre tais temas. Êxito novamente! Consenso, dissenso. Dois lados de uma mesma moeda. Não existe vitória única no diálogo. A conquista é de todos.

Dessa forma, penso que cumpri minha missão. Não somente para com vocês, mas para comigo mesmo. Eu também usufruí da sua presença, pois vocês me instigaram a escrever, algo que faço com grande prazer. Mas, ao mesmo tempo, também sou muitas vezes fustigado por um sentimento de obrigação, o que não é nada bom. A fluidez se perde, e isso é transposto para o texto.

Além disso, há um fator de prioridade! Etapas da vida são ultrapassadas, e temos que saber dosar nosso tempo para bem aproveitá-lo. É fato que o início desta caminhada foi, mais uma vez, uma válvula de escape para o vale em que me encontrava. Não saí totalmente dele, mas já me sinto forte o suficiente para subir a montanha. Isto devo a vocês, que me ouviram, leram, olharam para os olhos desse pingüim, apontaram meus erros e qualidades, abriram a clareira para que eu pudesse ver a trilha.

Fica aqui, nessa despedida, nesse até breve, o meu agradecimento. Foi sugerido que eu concentrasse meus escritos nas resenhas literárias, gênero o qual eu teria uma qualidade maior. Talvez essa seja uma empreitada futura, não sei ainda. Já comecei a refletir num nome para um novo blog nesse sentido, mas certamente vocês serão os primeiros a saber. Pois, se eu me auto-intitulo companheiro para vida, um companheiro precisa de parceiros, senão seria um solitário. Vocês estão comigo e eu estou com vocês, senão fisicamente, em mente e coração. Até a próxima!

9 comentários:

  1. Leopoldo, me incluo entre os que permaneceram em silêncio, mas sempre muito tocada de várias formas. Sentirei falta dessa leitura tão agradável e tão rara atualmente, e aguardarei ansiosa nova empreitada. Um abraço, Melissa.

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  2. Oi Leopoldo, também me incluo entre os que permaneceram em silêncio.
    Agradeço a Deus por ter me permitido conhecer uma pessoa tão abençoada como você.
    A Paz do Senhor pra você e sua família.

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  3. "Perdoem-me o arrebatamento que me faz sonegar-lhes a análise fria do jogo. Mas final é assim mesmo: as táticas cedem vez aos rasgos do coração"
    Armando Nogueira. Texto "México 70".

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  4. Aqui não tem o artifício do "curti", tão difundido em nosso tempo atual, mas vamos lá: curti tudo. O texto do autor e os comentários. Não sou muito silenciosa; tenho a maior mania de ter uma opinião e, quando não tenho, é porque não li ou porque não tinha a menor idéia do que dizer. Ocasião rara, mas aconteceu aqui no Leopídeas.
    Mudanças de aprimoramento são sempre muito benvindas. Não pensei que você fosse encerrar o Leopídeas; na verdade, senti um choque ao sabê-lo. Como você é prático! As pessoas podem ter dois blogues, sabia? Por que não? Onde você exporá seu coração de desportista apaixonado? E os outros assuntos esporádicos e interessantes? Os blogues não são filhos únicos; nós somos.
    Bem, Léo, certamente acompanharemos seus passos e torceremos para que você continue se interessando em ser lido pela gente.
    Beijo no coração.

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  5. Leo,
    se é para uma nova empreitada, que bom! Foi ótima a experiência: obrigada.
    E, continue leitor da NatGeo!!rs
    abs, Rachel.

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  6. Fala Leopoldo,
    Estaremos por aqui esperando a proxima.
    Abraco

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  7. Leopoldo, sentirei muita falta dos seus textos e da forma elegante, instigante e direta com que nos trazia, por intermédio de suas belas palavras, as mais diferentes reflexões. Aprendi muitas coisas novas com vocês e seus demais leitores. Espero mesmo que este seja um "até breve".

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  8. Leopoldo, por um lado lamento a 'despedida'; você escreve muito bem e o debate de ideias, com respeito (ainda que com discordâncias importantes, como as que tivemos no campo da religião), são sempre benéficas.
    Espero que você tenha sucesso (e siga tendo sucesso) em suas empreitadas. Abraço
    Thiago Bastos

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